
O FC Porto não falou com o Chelsea sobre André Villas-Boas, nem vai falar. Se os londrinos quiserem mesmo levar o treinador para Stamford Bridge terão de pagar os 15 milhões previstos, sem mais conversa nem qualquer margem para negociações. Mais do que isso, o FC Porto, e em particular, Pinto da Costa, não fazem qualquer tensão de facilitar a saída do técnico, nem de qualquer dos adjuntos que eventualmente o acompanhem na viagem para Inglaterra, exigindo que todos, sem excepção, indemnizem o clube por quebra de contrato. Essas foram apenas algumas das decisões tomadas durante a reunião de ontem de manhã, num hotel da cidade do Porto que juntou o presidente Pinto da Costa e o director-geral Antero Henrique, os dois principais responsáveis pelo futebol portista, para analisar o raide do Chelsea ao treinador do FC Porto.
O facto de os ingleses terem abordado o técnico directamente, sem darem conhecimento das respectivas intenções ao clube, terá estado na origem desse extremar de posição por parte dos responsáveis portistas que vão exigir até ao último cêntimo para libertarem o treinador campeão nacional, não aceitando, por exemplo, qualquer prorrogação ou faseamento do prazo de pagamento. Isso mesmo ficou patente no comunicado publicado pela SAD portista na CMVM ao final da manhã de ontem, recordando a existência de cláusulas de rescisão nos contratos do treinador e de uma parte importante dos jogadores, e sublinhando o facto de não ter sido informada do exercício de nenhum dessas cláusulas. Aliás, O JOGO sabe que foi o próprio técnico a informar a direcção portista da abordagem por parte do Chelsea, bem como da disponibilidade do clube liderado por Roman Abramovich para pagar os 15 milhões de euros da cláusula de rescisão incluída no contrato que André Villas-Boas prolongou com o FC Porto no final de Dezembro.
Não obstante a resistência que a SAD portista promete oferecer à saída do técnico, o facto é que, nesta altura, ela depende apenas da vontade de André Villas-Boas, dado que o Chelsea, aparentemente, não terá problemas para pagar a cláusula de rescisão. Depois de terem equacionado o regresso de Mourinho e a contratação de Guardiola, hipóteses frustradas pela indisponibilidade dos técnicos de Real Madrid e Barcelona, os ingleses terão acenado ao técnico portista não só com os argumentos de um salário que deverá rondar os 3,5 milhões de euros líquidos anuais, mas ainda com a disponibilidade financeira para construir um plantel novamente capaz de impor o Chelsea a nível interno, mas também na Liga dos Campeões, um velho sonho de Abramovich. Aliás, para Villas-Boas será precisamente o desafio de conseguir aquilo que escapou a José Mourinho em Londres a parte mais tentadora da proposta apresentada pelos ingleses; aquela a que, provavelmente, acabará por ceder.
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